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Artigo escrito em português do Brasil
O moçambicano Otis Selimane se conecta com a brasileira Realleza para juntos fazerem “Três Sóis”, uma viagem musical que atravessa continentes. Nesse trajeto ancestral é possível observar paisagens tropicais com nuances que enfatizam a ancestralidade que envolve essa união. Para Otis, a estética possui elementos que remetem ao deserto.
“Também traz um pouquinho da sonoridade e preferências de cada”, observa. “Ela surge a partir de um desejo de retratar a estética miragens que a gente pode observar a partir desse lugar inóspito de onde só se vê uma camada infinita de terra, aquele sol, e aí do nada a gente tem um oásis que oferece água, alento e um respiro.”
Inspiracional e com texturas leves que remetem a sonoridades árabes e africanas, a música faz parte do “Laboratório Tropical Vol. 1”, álbum da Lab Dorsal que conecta artistas de diferentes regiões e culturas. Esse é um manifesto de celebração da liberdade e diversidade artística, direcionado por 16 artistas de 8 Estados brasileiros e de Moçambique. O objetivo é ir na contramão do que o mercado tem proposto, sendo o algoritmo o ditador do que deve ou não ganhar destaque.
Natural de Maputo, Otis Selimane é músico, educador e agente cultural, com formação em Música Popular e Jazz pela Universidade Estadual de Campinas. O seu trabalho tem como base o diálogo entre tradição e modernidade, cruzando timbres da música moçambicana, como a timbila e a mbira, com o jazz, o afrobeat e a experimentação contemporânea. Ao longo dos últimos anos, tem promovido intercâmbios culturais entre África e Brasil e desenvolvido projetos educativos que exploram a ancestralidade como ferramenta de criação.
Já Realleza, nome artístico de Rebeca Elen, nasceu e vive na comunidade Sol Nascente, em Brasília. Rapper, compositora e produtora cultural, é uma das vozes emergentes do hip-hop brasileiro, cuja obra afirma o poder da arte enquanto instrumento de transformação social. As suas letras abordam questões de identidade, feminilidade e resistência nas periferias urbanas, explorando o rap e a cultura negra como caminhos de emancipação.
Em “Três Sóis”, as trajetórias de ambos encontram um ponto de convergência: a busca por um território comum onde som, espiritualidade e memória se entrelaçam para reinventar o modo como a diáspora se expressa no presente.
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