Radjha Ally celebra ancestralidade em “Niinee”

October 29, 2025
Radjha Ally Niinee
Radjha Ally | DR

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“Niinee” é uma palavra que provém da lingua Makua e  significa “Venham dançar”. Trata-se, neste caso especifico,  de um convite de Radjha Ally para proporcionar uma experiência musical que reúne as sonoridades do Norte e  celebra a diversidade cultural e espiritual de Moçambique. 


“Niinee”, o primeiro àlbum da carreira do artista, é inspirado no tufu - ritmo tradicional de Nampula, presente nas festas comunitárias, nos casamentos e nas cerimónias religiosas nas comunidades muçulmanas costeiras. Com percussões intensas, coros femininos e melodias pentatônicas, o tufu celebra a coletividade e transmite valores culturais. Radjha reinventa este ritmo ancestral, fundindo-o com arranjos contemporâneos.


Entusiasmado, o artista confessa à equipa da BANTUMEN  que Niinee “é mais do que um  álbum, trata-se de um testemunho da riqueza das experiências humanas, apresentando temas sociais, religiosos, familiares e espirituais interpretados com a sensibilidade, autenticidade e com om base nos ritmos tradicionais Tufo e Nganda, originários da zona norte de Moçambique. Proponho uma viagem sonora que convida jovens, adultos e crianças a celebrarem juntos, ao som dos tambores e melodias ancestrais.”


Radjha Ally é autor, compositor e intérprete natural de Muecate, província de Nampula, norte de Moçambique. Desde a infância, foi influenciado pelos sons da sua região e pela dança tradicional. Nos anos 2000, mudou- se para Maputo para prosseguir os estudos musicais, onde reside actualmente. A sua carreira dá um salto em 2020, ao vencer o concurso televisivo Vozes Que Encantam, marcando o início da sua trajetória profissional com a formação da sua banda. Em 2022, a sua participação no Indian Ocean Music Market (IOMMA), na Reunião, proporcionou a primeira experiência internacional, atraindo a atenção do selo francês com a  Accords Croisés, que detém a licença exclusiva para o álbum na Europa. 


Musicalmente, navega entre afro e afro-jazz, com influências de Lokua Kanza, ZenaBacar (Eyuphuro), Hortêncio Langa e Jimmy Dludlu. Inspirado pelo rico património cultural do norte de Moçambique e por ícones pan-africanos como Salif Keita e Youssou N’Dour, cria uma obra contemporânea enraizada nas suas origens.

A dimensão pan-africana do projeto é reforçada pela participação da cantora maliana Mamani Keïta, que se junta a Radjha na canção “Maama”. Composta pelo músico moçambicano, a faixa homenageia o papel das mães na educação e formação dos filhos. Conhecida internacionalmente por ter sido corista de Salif Keita, Mamani confere ao álbum uma amplitude simbólica e afetiva, unindo vozes e geografias do continente.


Composto por dez faixas, “Niinee” é uma síntese de tradição, emoção e ritmo. As letras, de forte teor social, entrelaçam-se num manifesto pelos laços humanos e num grito contra a injustiça e a guerra. No ano em que Moçambique celebra 50 anos de independência, o disco ganha um significado particular, entre a memória, a celebração e o desejo de unidade.



Disponível em todas as plataformas digitais, o projeto é lançado pela Khuzula Productions, com produção musical de Paulo Chibanga (Tumi & The Volume, 340ml, Bongeziwe Mabandla), direção musical de Fernando Morte e produção técnica de Paulo Borges. As misturas estiveram a cargo de Fabien Girard (Arat Kilo, França).

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