Roselyn Silva e Pekagboom celebram São Tomé e Príncipe no décimo aniversário BANTUMEN

Como já temos falado por aqui, a BANTUMEN celebra este ano uma década de existência como plataforma de visibilidade e afirmação da comunidade negra lusófona em Portugal. Para assinalar este marco, a plataforma Santola Fiado junta-se às comemorações com um olhar especial sobre São Tomé e Príncipe, através da realização de dois momentos distintos, com foco na cultura, na memória e na identidade são-tomense.

O pontapé de saída acontece no dia 30 de maio, às 19h, com uma talk moderada por Wilds Gomes, na Casa do Comum, em Lisboa, dedicada à diáspora criativa de São Tomé e Príncipe. Em destaque estarão dois nomes incontornáveis da cultura são-tomense em Portugal: a designer Roselyn Silva e o rapper Pekagboom, que irão partilhar os seus percursos diferentes e a forma como, através da moda e da música, têm contribuído para afirmar a identidade são-tomense no mundo.

Pekagboom, acrónimo de Paixão, Espírito, Koração, Amado, Grande, Bomba, nasceu a 5 de fevereiro de 1985, em Luanda, Angola, e cresceu em São Tomé e Príncipe. O seu percurso artístico teve início em Portugal, na Quinta do Mocho, onde em 2003 ajudou a fundar o grupo Império Suburbano. Com o álbum 7 Minutos Para A Mudança (2007), homenageado pela Fundação Calouste Gulbenkian, deu os primeiros passos num rap de intervenção que hoje o coloca entre os nomes mais relevantes do hip hop santomense.

Com dois álbuns, uma mixtape, um EP e várias colaborações no currículo, Pekagboom construiu uma discografia que denuncia desigualdades sociais, racismo, corrupção e injustiças diversas. A mixtape Brasa/Parlamento Verbal (2010) levou-o a colaborar com o Projeto Esperança, onde trabalhou com jovens rappers da periferia lisboeta. Em 2016, lançou o álbum Banho Público, com a faixa "Muala Plegida", nomeada nos STP Music Awards. No ano seguinte, as músicas "Sem-Abrigo" e "Vergonha" (Remix) voltaram a merecer nomeações, tendo esta última arrecadado o prémio de Melhor Colaboração, ao lado de Waik Maik e Jedy Blindado.

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Já Roselyn Silva nasceu em São Tomé e Príncipe e vive em Portugal desde os quatro anos. A sua herança africana é a matriz do seu trabalho como designer de moda, onde conjuga cores, cortes sofisticados e padrões que homenageiam as paisagens e a simbologia da ilha que a viu nascer. O seu percurso cruza a criatividade com o empreendedorismo e a comunicação, tendo sido apresentadora televisiva e presença constante em conferências e eventos internacionais.

Atenta à presença crescente da estética africana nas grandes passerelles internacionais, Roselyn reinventa o design africano tradicional, adaptando-o a um contexto urbano e europeu. As suas criações exclusivas já vestiram figuras como Mariza, Cláudia Vieira, Leonor Poeiras e Júlia Pinheiro, entre outras celebridades nacionais e internacionais. Hoje, a marca Roselyn Silva é sinónimo de excelência, inovação e afirmação cultural no universo da moda lusófona.

O segundo momento desta celebração está marcado para o dia 12 de julho, no Musicbox, em Lisboa, numa noite que presta homenagem à independência de São Tomé e Príncipe, proclamada a 12 de julho de 1975. O palco será tomado por uma geração de artistas que têm dado voz à diáspora são-tomense: Pekagboom, Lucas Pina, DJ Xandy, AG Flyzer, Jedy Blindado, Eidji P, Killa Z e Família Forte compõem o cartaz desta noite de música e resistência cultural.

Ao longo de 2025, a BANTUMEN  celebra continuadamente o seu 10.º aniversário com conteúdos, eventos e colaborações que reforçam o nosso papel como plataforma de referência na valorização da identidade negra e afrodescendente nos espaços lusófonos.