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Nos dias 18 e 19 de julho de 2025, o Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro (MAM Rio) recebe a estreia brasileira da performance visual e teatral Trópicos Mecânicos (Mueda), obra de Felipe M. Bragança em colaboração com o Teatro GRIOT, companhia afrocentrada sediada em Lisboa, e a atriz e cantora Catarina Wallenstein. As apresentações têm lugar na Sala da Cinemateca, às 19h00, com entrada gratuita.
Reconhecido pelo seu trabalho cinematográfico, especialmente pelo filme Um Animal Amarelo (2020), Bragança estreia-se aqui como encenador, num projeto que propõe uma travessia entre linguagens e geografias, entre a história colonial e a contemporaneidade.
Com passagens por Lisboa e Berlim, a performance chega agora ao Brasil num ano particularmente simbólico, os 50 anos da Independência de Moçambique. A obra parte do Massacre de Mueda, ocorrido em 1960, quando centenas de moçambicanos foram mortos pelas forças coloniais portuguesas. Inspirado na obra seminal Mueda, Memória e Massacre (1979), de Ruy Guerra, o espetáculo revisita o gesto ritualístico com que a população da cidade de Mueda encenava anualmente a tragédia, transformando a dor histórica num espaço de catarse e resistência.
Entre ficção científica, documentário e fábula, Trópicos Mecânicos desenha um território híbrido de performance, vídeo, som e arquivo. A encenação convoca corpos negros e seus legados, evocando a luta contra o esquecimento e propondo futuros possíveis a partir de memórias coloniais transformadas. No elenco, destacam-se Zia Soares, Catarina Wallenstein, Gio Lourenço, Daniel Martinho e Matamba Joaquim, com músicas originais de Selma Uamusse, Milton Gulli e 40D. Os figurinos e adereços são assinados por Ana Carolina Lopes e Victor Gonçalves, enquanto as imagens videográficas são da autoria de Luang Dacach / Senegambia.
O Teatro GRIOT, parceiro central nesta criação, é uma companhia de referência no panorama europeu contemporâneo, cuja programação se constrói a partir das experiências negras, migrantes e da diáspora. Sob direção artística de Zia Soares, tem vindo a cruzar fronteiras artísticas e políticas, desenhando uma estética comprometida com a descolonização dos palcos e da memória.
Em antecipação à estreia no MAM Rio, o Centro de Tecnologia Educacional da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (CTE/UERJ) acolheu dois encontros públicos no âmbito do projeto Tempo Livre: Ciclo de Conversas. A 8 de julho, às 18h30 (horário de Brasília), Zia Soares conduziu uma conversa online sobre a estética e política do corpo negro em cena. Já no dia 10 de julho, à mesma hora, Felipe M. Bragança, Catarina Wallenstein e o Teatro GRIOT reuniram-se num diálogo sobre o processo criativo da peça e os desafios da criação no cruzamento entre linguagens e territórios.
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