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De voz marcante, eclética e suave, surge uma cantora de destaque no mercado artístico angolano. Kelani Mote Vemba aka Unekka nasceu na província do Kwanza Sul, Angola, e atualmente residente em Luanda. É irreverente no que faz e, além de cantar, é também compositora e instrumentista, dominando mais o violão.
O seu gosto pela música não é de hoje. Desde pequena, quando frequentava a escola dominical, do grupo São Mateus da Igreja Metodista Unida, na cidade do Sumbe, onde nasceu e cresceu, nutriu paixão pela música e dança, alimentada também pelo forte ambiente carnavalesco que se vive naquela região.
Aos sete anos, escreveu a sua primeira composição. Contudo, foi só no início da sua vida adulta que entrou para uma escola de música para aprender guitarra. A partir daí nunca mais parou.
Soul, blues, jazz, Reggae e kilapanga são os géneros prediletos e os mais tocados por Unekka e os artistas que a inspiram são Felipe Mukenga, Papa Wemba, Koffi Olomide, que acabam por influenciá-la diretamente na sua performance em palco.
Em entrevista à BANTUMEN, a cantora falou sobre o novo single “Dança da Família”, o passado musical e os desejos de mudanças mais inclusivas para as mulheres no mercado musical angolano.
Desde os meus seis anos sempre cantei na igreja, quando vivia no Kwanza-Sul e pertencia ao grupo São Mateus da Igreja Metodista Unida e tinha vários grupos que faziam atividades semanais ou mensais. A igreja tinha um programa chamado EDF focado em crianças e interessei-me mas quando tinha 12 anos vim para Luanda e fiquei parada por muito tempo. Já nos 20, 22 anos descobri alguém que tinha uma escola de música e entrei. Aprendi a tocar guitarra e foi assim que nunca mais parei.
Posso dizer que, tal como com quase todas as músicas que tenho criado, nasceu de uma melodia no violão e depois um colega escreveu uma poesia e pedi para musicalizar. Juntando o útil ao agradável e numa brincadeira com a minha filha surgiu a ideia do nome da música “Dança da Família”. Um ano depois, contactei um colega da música, Christopher, que ajudou-me a procurar um produtor de Jazz, Nino Jazz, e em pouco tempo de trabalho terminámos a produção e o single foi lançado em 2021. O contexto da música gira em torno do angolano que ama dançar, festejar em festas de família, é o esquema que todo o mundo conhece e, por outro lado, ajudar as pessoas a viver a vida, encará-la de forma mais leve, alegre sem medo.
Na atualidade é Felipe Mukenga mas desde pequena ouvia Papa Wemba, Koffi Olomide. Esses senhores da África Central sempre foram influência para mim.
Recebemos de braços abertos várias crianças mas, com o tempo, alguns alunos que davam o coração ao projeto mudaram de bairro. Em termos práticos, agora só há aulas de violão tanto para crianças e adultos.
Quando canto gosto de ser acompanhada pelo som acústico das cordas e do cajon na percussão. Sinto-me melhor assim e mais confiante.
Sim, porque teríamos mais mulheres com quem trocar mais experiências e impressões. Teríamos mais referências além de Ana Panzo no Saxofone, a Eduína Semedo no baixo, Odeth Cassilva na percussão. Guitarristas somos poucas: eu, a Aline Frazão, Aylasa, Nayela Simões, Arya.
Há um menino chamado Gaspar que dedilhava do jeito que eu amo, muito talentoso e que tocou no meu concerto experimental em dezembro de 2018, no Kings Club, em Luanda.
Apesar de ter muitas artistas em mente, amaria cantar com a Corine Bailey Rae. Ela foi uma das bases musicais que tive, é muito querida e simples.
Está nos planos um EP, muito bem elaborado e conciso, quero criar uma obra que vai fazer fluir histórias e sentimentos. Posso dizer que será o reflexo de tudo o que já trabalhei, será literalmente a minha identidade.
Relembramos-te que podes ouvir os nossos podcasts através da Apple Podcasts e Spotify e as entrevistas vídeo estão disponíveis no nosso canal de YouTube.
Para sugerir correções ou assuntos que gostarias de ler, ver ou ouvir na BANTUMEN, envia-nos um email para redacao@bantumen.com.
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