Inaugurada a 13 de maio, a exposição “Os Corpos Fazem Coro Quando Não Têm Voz”, do artista Nuno M. Martins, pode ser visitada até 13 de junho. A mostra apresenta uma série de trabalhos em técnicas mistas sobre papel que exploram as fronteiras entre memória, resistência e expressão, criando um espaço visual onde o silêncio dos corpos se transforma em presença e clamor colectivo.

Inspirada na obra “Clave – Monument to Slavery”, do artista Alex da Silva, a exposição também incorpora referências visuais e emocionais da tradição gráfica japonesa, particularmente nos modos como a dor, a contemplação e o silêncio ganham forma. A cada composição, Nuno M. Martins propõe um percurso entre agonia e beleza, onde os corpos representados deixam de ser apenas figuras e passam a ser testemunhos vivos de histórias que não foram esquecidas.

“Os Corpos Fazem Coro Quando Não Têm Voz” convida o público a ver o que não se mostra e ouvir o que nunca foi dito. Através da sobreposição de camadas, manchas, rasgos e traços densos, o artista constrói uma narrativa visual onde a arte se apresenta como um acto de libertação e de justiça poética.

A exposição é, assim, um exercício de escuta e presença, um apelo a reconhecer a humanidade crua e sensível que resiste mesmo quando silenciada. Mais do que uma proposta estética, é uma homenagem àqueles que transformaram o apagamento em linguagem e a vulnerabilidade em potência.