Lisboa
Portugal
November 16, 2025
Racismo estrutural em foco no CAM
Com filmes de Pocas Pascoal, Welket Bungué e Melissa Rodrigues
Centro de Arte Moderna Gulbenkian
Racismo estrutural CAM

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O Centro de Arte Moderna Gulbenkian (CAM) apresenta, no domingo, 16 de novembro de 2025, às 17h30, uma nova sessão do ciclo Black Gaze [Olhar Negro], dedicada às manifestações do racismo estrutural e às respostas artísticas que o enfrentam.


Em exibição estarão “Time to Change” (2024), de Pocas Pascoal, “Eu não sou Pilatus” (2019), de Welket Bungué, e “Coronas in the Sky” (2021), de Melissa Rodrigues, três obras que exploram, entre o arquivo, a ficção e a performance, as formas contemporâneas de opressão e resistência.

Em Time to Change, a cineasta angolana Pocas Pascoal convoca imagens do arquivo colonial para refletir sobre a ligação entre colonialismo, capitalismo e destruição ambiental.


O filme lembra-nos que a exploração da terra e dos corpos humanos estão enraizadas nas mesmas lógicas de poder e violência. Entre imagens históricas de caça e extrativismo e uma montagem de denúncia poética, Pascoal propõe um chamado à mudança urgente, questionando como o legado colonial continua a afetar o presente — das florestas devastadas aos corpos racializados.

Em Eu não sou Pilatus, Welket Bungué transforma dois vídeos de telemóvel, difundidos nas redes sociais, num poderoso manifesto artístico antirracista.


Um dos vídeos mostra a recusa em apoiar uma manifestação por direitos civis na Avenida da Liberdade, em Lisboa; o outro, a violência policial no Bairro da Jamaica, que lhe deu origem.


Bungué recusa o silêncio e afirma: «Eu não sou Pilatus», não lavo as mãos, não ignoro, não olho para o lado. A sua performance é uma convocatória ética e política, uma exigência de responsabilidade coletiva perante o racismo institucional e o colonialismo persistente.

A artista e performer Melissa Rodrigues assina Coronas in the Sky, filme criado durante uma residência artística em plena pandemia.


Entre o silêncio das ruas, as sirenes e o cansaço dos corpos, a autora constrói uma performance-poema que denuncia as desigualdades raciais, de género e de classe.


Através da dança, do gesto e da palavra, Rodrigues materializa um corpo em resistência, que expõe a ferida colonial e aponta para o futuro, uma “luz no céu” que simboliza cura, espiritualidade e ação.

Esta sessão do Black Gaze sublinha o poder do cinema negro enquanto dispositivo de desconstrução e de reparação.
Ao cruzar realidade e ficção, arquivo e fabulação, estes três filmes desmascaram a violência institucional e cotidiana do racismo e, ao mesmo tempo, imaginam outros mundos possíveis, futuros afrocentrados, justos e habitáveis.

Para sugerir eventos, envia-nos um email para redacao@bantumen.com

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