Lisboa
Portugal
16 de Novembro de 2025
Cinema Negro e memória familiar no CAM
Com filmes de Falcão Nhaga, Fábio Silva e Raquel Lima
Centro de Arte Moderna Gulbenkian
Cinema Negro CAM

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O Centro de Arte Moderna Gulbenkian (CAM) apresenta, no domingo, 16 de novembro de 2025, às 15h00, uma nova sessão do ciclo Black Gaze [Olhar Negro], dedicada à representação, comunidade e família no cinema negro contemporâneo. A sessão exibe os filmes “Sabura” (2025), de Falcão Nhaga, “Fruto do Vosso Ventre” (2021), de Fábio Silva, e “Essencial é a Fome” (2020), de Raquel Lima.


As primeiras décadas do século XXI deram origem a um novo ciclo de narrativas negras no cinema português, muitas delas filmadas nos bairros periféricos de Lisboa e realizadas por autores e autoras negras que os habitam. Mais do que retratar o espaço urbano, estas obras trazem um olhar íntimo e autorrepresentado, devolvendo dignidade e complexidade às histórias de quem, durante décadas, foi reduzido ao silêncio ou à estereotipia.

Em comum, há uma câmara que se volta para dentro de casa, para as dinâmicas familiares e afetivas, transformando a família, biológica ou escolhida, em fonte de memória, cura e resistência.


Em Sabura, o realizador Falcão Nhaga acompanha um jovem casal que tenta reconstruir o futuro em Lisboa depois de uma separação forçada.


Entre África e Europa, os dois reencontram-se numa casa partilhada com outros imigrantes, onde a distância e a proximidade testam os laços do amor e da sobrevivência.


Nhaga, que se tem afirmado como uma das vozes mais promissoras do cinema afrodescendente em Portugal, filma com uma sensibilidade rara a vida quotidiana entre fronteiras e o desejo de pertença em terra estrangeira.


Misturando documentário e autorretrato, Fábio Silva revisita a relação com o pai através de cassetes de 8mm encontradas em casa. O gesto de ver e rever essas imagens transforma-se num processo de reconciliação com a infância e de confrontação com os traumas familiares que moldaram a sua identidade.


Com uma estética intimista, o filme propõe uma reflexão sobre memória, masculinidade e herança emocional, revelando o poder do cinema como terapia e como arquivo pessoal.

Em Essencial é a Fome, a poeta e performer Raquel Lima aborda a fome em múltiplas dimensões, física, emocional e espiritual, num retrato de vulnerabilidade e força. Realizado em plena pandemia, o filme fala da urgência do afeto e da partilha, explorando o corpo e a voz como ferramentas de resistência e de cuidado coletivo.

A obra insere-se na prática artística de Lima, centrada nas interseções entre ancestralidade africana, feminismo negro e oralidade, e reafirma o seu papel como uma das criadoras mais marcantes da cena artística afro-lusófona.

Para sugerir eventos, envia-nos um email para redacao@bantumen.com

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