O espetáculo Dingo-Dingo chega ao palco do Sesc Interlagos, em São Paulo, no próximo dia 11 de maio, às 15h, com entrada gratuita. Concebido para encantar crianças e adultos, o trabalho entrelaça teatro, música, dança, narração oral e animação 3D, numa celebração viva da cultura ancestral dos povos Kongo de Angola.

Inspirada no Kisamuna, arte tradicional de contação de histórias, a montagem propõe um contacto inicial com a cosmologia Bantu e com heranças que têm sido sistematicamente apagadas da história oficial. Com camadas narrativas que permitem a conexão de diferentes faixas etárias, o espetáculo aborda temas como ancestralidade, espiritualidade, poder, ética, morte e colonização.

O título Dingo-Dingo remete ao ciclo da vida na língua kikongo, e a proposta mistura tradição e tecnologia ao incluir uma personagem em animação 3D. Esta figura digital representa a ancestralidade de forma acessível às crianças, mediando conceitos complexos com linguagem contemporânea e sensível.

A sonoridade também é elemento central. Instrumentos como berimbau, kalimba, pandeiro e caixas de congada misturam-se a trilhas gravadas e canções em kikongo, samba e ladainhas de capoeira, construindo um ambiente sonoro rico e afectivo.

O espectáculo é resultado do Projecto Kindezi, a arte Kongo de cuidar das crianças, ascendendo sóis, apoiado pela 4.ª edição do Edital Culturas Negras. A direcção e concepção artística são assinadas por Rose Mara Kielela, artista-educadora e investigadora da infância, que desenvolve acções formativas em escolas, cursos e um podcast sobre arte, educação e saúde mental em afroperspectiva.