O Goethe-Institut Angola lança o projecto “Memórias Marginalizadas”, uma iniciativa que integra a rede internacional de arquivos imateriais desenvolvida em parceria com o Goethe-Institut Sudão e o Museu Humboldt Forum Berlin. O projecto, que assinala o 50.º aniversário da independência de Angola, propõe-se recolher e preservar memórias que ficaram fora dos registos oficiais da história nacional.

Para marcar o arranque do programa, o Goethe-Institut Angola apresenta quatro dias de programação gratuita, de 6 a 9 de novembro, no Cine São Paulo, em Luanda, com cinema, concertos, conversas, performances de spoken word e DJ sets.

Os três eixos da iniciativa — Memórias Dispersas (Sudão), Memórias Marginalizadas (Angola) e Memórias Contraditórias (Alemanha) — partem da ideia de que os arquivos são espaços de poder e de construção de narrativas culturais. O projecto questiona quem define o que é arquivado e como essas decisões influenciam a interpretação e soberania das memórias coletivas.


Em Angola, o projecto tem como foco a recuperação de narrativas esquecidas ou silenciadas da população urbana, num exercício de polifonia e partilha. O Goethe-Institut convida a curadora Edna Bettencourt e os artistas Irene A’mosi, Isis Hembe, Maria Belmira, Lilianne Kiame, Gegé M’bakudi e Wyssolela Moreira para recolher e reinterpretar essas memórias através de conversas, registos visuais e sonoros, que mais tarde serão traduzidos em obras de arte.