Lisboa
Portugal
3 de Junho de 2025
Piracema Nu Ba
Mostra de Cinema Indígena, Negro e Periférico
Casa do Comum
Piracema Nu Ba

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De 3 a 7 de junho, Lisboa será palco da Piracema Nu Bai – Mostra de Cinema Indígena, Negro e Periférico, uma programação descentralizada que ocupa espaços como a Casa do Comum, o Cinema Fernando Lopes e o Mbongi 67, reunindo cineastas indígenas da América Latina e realizadores negros residentes na Europa. A mostra propõe uma travessia estética e política por cinematografias historicamente marginalizadas, onde a arte é também território de disputa e reencantamento.


O nome do evento já diz muito: piracema, do tupi, refere-se ao movimento dos peixes que sobem o rio em direcção à nascente. Nu bai, em crioulo cabo-verdiano, é o “nós vamos” colectivo. Juntas, as expressões evocam um movimento contracorrente, mas profundamente enraizado, que vai da memória ao futuro.


A programação cinematográfica reúne nomes como Olinda Tupinambá, Ziel Karapotó (Brasil), Francisco Huichaqueo (Chile), Citlalli Andrago e Joshi Espinosa (Equador), que dialogam com artistas negros e afrodescendentes como Falcão Nhaga, Pocas Pascoal, Ilda Vaz, Denise Santos e Maíra Zenun. Mais do que uma mostra de filmes, Piracema Nu Bai é um encontro de linguagens e visões do mundo que desafiam a lógica colonial e abrem espaço para outras formas de existir, narrar e imaginar.


A abertura acontece no dia 3 de junho, no Jardim do Príncipe Real, com uma performance de Olinda Tupinambá e Ziel Karapotó. A intervenção, inspirada na força da natureza e nas inter-relações entre os seres, traz à superfície o papel da arte e da ancestralidade no reflorestamento simbólico dos territórios e dos imaginários.


Organizada pelo projecto europeu EDGES (Entangling Indigenous Knowledges in Universities), da Universidade Nova de Lisboa e do CHAM – Centro de Humanidades, a mostra conta com uma curadoria colectiva assinada por nomes de peso. Para além dos próprios artistas indígenas, participam também Amalia Cordova (Smithsonian Institution), autora de Frames of Resistance: The Cinemas of Abya Yala, Maíra Zenun, especialista em cinema negro, e Rodrigo Lacerda, investigador no CRIA – NOVA FCSH / IN2PAST.


Em paralelo ao ciclo de filmes, entre os dias 4 e 6 de junho, decorre no Museu Nacional de História Natural e da Ciência o encontro científico Reflorestar o património: Museus e a retomada dos povos indígenas. A proposta é repensar os museus não como arquivos do passado, mas como espaços de cura, escuta e cosmopolíticas vivas.



Para sugerir eventos, envia-nos um email para redacao@bantumen.com

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