Lisboa
Portugal
9 de Novembro de 2025
“Memória” e “Latitude Fénix”, de Welket Bungué, no CAM
Mostra de Cinema Negro em Portugal
Centro de Arte Moderna Gulbenkian
Welket Bungué Memória Latitude Fénix

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O Centro de Arte Moderna Gulbenkian (CAM) exibe, no domingo, 9 de novembro de 2025, às 17h30, uma sessão dupla dedicada ao ator e cineasta Welket Bungué, com os filmes “Memória” (2022) e “Latitude Fénix” (2024). A exibição faz parte do ciclo Black Gaze [Olhar Negro], que propõe um olhar afro-diaspórico sobre a história, a ancestralidade e a autorrepresentação.


Em Memória, Welket Bungué conjuga o misticismo guineense e a voz de resistência de Amílcar Cabral numa viagem que percorre as Ilhas Bijagó e os territórios da lembrança. Entre a celebração de um réveillon, o reencontro com pessoas e o regresso a lugares de origem, o filme atravessa camadas de linguagem e comportamento, transformando o gesto cinematográfico num ato de introspeção e reencontro com o passado.

A obra celebra a complexidade cultural e histórica da Guiné-Bissau, revelando o olhar do autor como janela, trânsito e espelho, num cinema onde o movimento — físico, espiritual e político — é o verdadeiro centro narrativo.


Em Latitude Fénix, Bungué entrelaça figuras históricas africanas e mitologias contemporâneas numa narrativa onde o tempo é circular e poético. A presença da Princesa de Ébano na infância, aliada aos símbolos do Fogo e da Cinza, cria uma atmosfera de renascimento e transmutação.

Entre São Tomé e Príncipe e os múltiplos territórios da imaginação, o cineasta explora conceitos como quilombismo, afro-folclorismo, afrofuturismo e afropolitanismo, colocando o corpo afro-diaspórico no centro da narrativa como lugar de memória e transformação.

O ciclo Black Gaze reconhece o cinema negro como uma prática de autorreparação histórica. Ao recuperar a ancestralidade usurpada pela escravização e pelo colonialismo, os filmes de Welket Bungué reconstroem pontes entre passado e futuro, entre trauma e resistência.

Ator, realizador e artista guineense radicado em Berlim, Bungué tem sido uma voz fundamental na redefinição do cinema negro europeu, cruzando arte, espiritualidade e política numa filmografia que expande a noção de pertença.

Para sugerir eventos, envia-nos um email para redacao@bantumen.com

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