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Gaia Beat: “Sou o produtor que fez mais sucesso em Angola”

Gaia
Foto: BANTUMEN

Apesar de ser um dos produtores mais bem-sucedidos em Angola, Gaia Beat explica que é um mercado com alguma desregularidade ao nível financeiro. Um mês pode ficar sem receber dinheiro e noutro mês consegue “fazer o triplo do dinheiro que cobra”. A escassa venda dos seus beats acontece porque “nem todo o mundo tem o dinheiro suficiente para comprar um beat do Gaia”, explica o artista.

Para a venda dos diversos beats, Gaia cobra um valor mais elevado para aqueles que estão a iniciar a carreira e o valor desce significativamente quando são para cantores com algum nome, como Big Nelo e Cef. “Eu vendo os meus beats e quem compra são os novos talentos. Os que têm mais base, aqueles que têm mais fama, eu vendo quase a metade do preço, 25% a menos do que para os novos talentos.” Cobrar menos a um artista conhecido permite maior adesão aos serviços de Gaia. A parceria entre o produtor e estes nomes já firmados no mercado musical é um abrir portas para que o seu trabalho tenha uma maior exposição e além disso, possibilita que os seus beats cheguem a um público mais vasto como por exemplo, aos fãs da Força Suprema, Mobbers e TRX. O objetivo principal é poder “lançar os seus próprios singles”.

“Para mim qualquer estilo eu faço”

Gaia Beat começou a carreira tocando principalmente um estilo mais afro, contudo, nos dias de hoje, é o hip hop que o atrai mais. Sentir-se à vontade em produzir dentro de vários géneros musicais, desde hip hop à kizomba, é a sua maior vantagem. “Para mim qualquer estilo eu faço. Eu vou continuar a fazer rap, afro, kizomba. Eu deixo o clima rolar e as coisas acontecem.”

Na calha, Gaia quer chegar aos Estados Unidos, a terra das oportunidades. O artista garante que no norte-mercado americano algumas das suas produções já foram ouvidas por artistas como Beyoncé e Jennifer Lopez.

Foto: BANTUMEN

“Eu tenho a certeza que há uma máfia em Angola”

Apesar do sucesso, Gaia Beat nunca ganhou um prémio. Esse facto fez com que amigos e familiares não acreditassem nas suas capacidades. “Me sentia nulo.” Houve alturas em que conseguiu atingir 15 sucessos musicais ao mesmo tempo e mesmo assim nunca ter sido reconhecido devidamente. Explica que “era impossível não ganhar um prémio”.

O jovem calcula que a desvalorização da sua performance se deve a uma “máfia” existente em Angola. “Eu tenho a certeza que há uma máfia. E depois, por causa das minhas regras de trabalho, porque cada casa tem sempre uma regra e cada artista tem que respeitar a regra de cada casa.” Por grande parte dos artistas não quererem cumprir com as regras estipulados por Gaia, muitos deles deixam de solicitar os seus serviços.

Mas se alguns rejeitam o trabalho de Gaia, ao contrário as coisas não acontecem da mesma forma. Por norma nunca rejeita trabalhar com quem quer que seja. Para Gaia, o seu objetivo é produzir e nada mais. “Não tenho problemas em trabalhar num projeto com a força suprema ou TRX, até porque eu sou neutro. Eu sou apenas o produtor, sou amigo de todos e não crio conflitos com ninguém.”

Independentemente de todas adversidades, o jovem sabe as suas competências e não se deixa desmotivar. “Eu Gaia beat sou o produtor que fez mais sucesso em Angola nos últimos tempos e em cada ano sou o que faz mais sucesso.”

Para o futuro o jovem empreendedor quer ver a sua carreira chegar a outros mercados musicais e com a mesma consistência. E se possível, quer ainda vir a produzir para artistas como o português David Carreira, o conterrâneo Anselmo Ralph ou o brasileiro Belo.

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Para sugerir correções ou assuntos que gostarias de ler, ver ou ouvir na BANTUMEN, envia-nos um email para [email protected].

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