O fotógrafo queniano Mutua Matheka visitou dez cidades africanas para documentar as suas complexidades e contradições, desconstruindo as imagens estereotipadas na Internet sobre África.
O fotógrafo de viagens e arquitetura e designer diz que ficou frustrado ao encontrar apenas imagens que retratam a sua cidade não como ele a vive diariamente, mas com grande parte das imagens focadas apenas nas favelas, pobreza ou safáris.
“Muitos de nós, em África, estamos cansados de ter as nossas cidades representadas dessa forma. Mas poucos de nós fazem alguma coisa sobre isso. Então, pensei que, sendo eu fotógrafo, quando pesquiso Nairóbi no Google, não vejo fotos que se pareçam com aquelas que eu fotografaria. Então decidi: vou eu fotografar”, cita a revista Design Indaba.
O trabalho acabou por se transformar numa exposição, realizada em Nairóbi, com o nome “Unscrambling Africa” e que retrata dez cidades africanas, desde o seu lixo, pobreza, bem como a sua beleza.
“Eu estou incomodado com o facto de a maioria das pessoas não conseguir ver como Nairobi pode ser uma cidade cheia de lixo e ao mesmo tempo uma cidade que é bonita. Isso não é complicado – essas coisas podem co-existir”, diz Matheka.
“Nós tendemos a permitir que outras cidades européias sejam qualquer coisa que elas queiram ser. Vais a Paris e muitas das ruas cheiram a mijo, mas isso não tira a beleza. Ainda é extremamente linda. Mas continua a ter cheiro a mijo. Mas ambas as coisas podem existir ao mesmo tempo”.
O nome do projeto, “Desembaralhar África”, em português, surge como um jogo de palavras que remete à época em que os europeus ocuparam, dividiram e colonizaram o continente africano no final do século XIX.
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Colorful buildings of Lüderitz in Namibia. . #Luderitz #UnscramblingAfrica #Namibia
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Addis by dusk. . #Addisababa #StreetsofAddis
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