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Netflix abre ‘lojas da corrupção’ nos aeroportos do Brasil

Ação da Netflix aeroporto - Data: 27-03-2018 Foto: Breno Esaki

Quem passar pelos terminais de aeroporto brasileiros de Juscelino Kubitschek, em Brasília, e Congonhas, em São Paulo, vai poder fazer compras nas lojas da corrupção da Netflix. Se fores um criminoso de colarinho branco vais encontrar acessórios perfeitos para ti: pulseiras eletrónicas douradas, ou de couro e com tachas, manuais para entregar cúmplices ou roupa íntima com bolsos cheios de dinheiro.

As lojas foram inspiradas na série “O Mecanismo” — cuja ficção baseia-se na Operação Lava Jato e no escândalo de corrupção que abala o Brasil. Mesmo depois da polémica que a série despoletou – Lula e Dilma já inclusive disseram que querem processar o serviço de streaming.

“Essa tal da Netflix nós vamos processar, porque estão fazendo uma festa e nós não podemos aceitar isso e eu não vou aceitar”, disse o agora pré-candidato à Presidência do Brasil.

Um manual de “Delação premiada para leigos”, com “1.001 coisas para fazer antes de ficar em prisão domiciliária”, está exposto numa montra, ao lado de um par de sapatos com gravador.

Nestas lojas é possível encontrar manequins com cuecas cheias de dinheiro, ou exibindo delicadas pulseiras eletrónicas douradas, combinadas com sapatos de salto. Ao fundo, uma voz sugestiva recomenda as gravatas para “filmar os seus inimigos políticos”.

“Entre no esquema, mas não saia da moda” é o mote da campanha promocional, que apresenta produtos para quem “não anda na linha, mas anda na moda”.

Dirigida por José Padilha, um dos mais conceituados realizadores brasileiros, a série estreou na passada sexta-feira a nível mundial, tendo sido mal recebida por diversas figuras da esquerda brasileira, sobretudo ligadas ao PT, o Partido dos Trabalhadores.

A série acompanha a investigação policial num período alargado (2003-2014), que coincide com as passagens pela Presidência da República de Lula da Silva e da sua sucessora, Dilma Roussef.

O Mecanismo retrata Lula e Dilma com nomes fictícios, atribuindo-lhes um conhecimento profundo dos mecanismos de corrupção que envolviam senadores, empresários e diversas figuras partidárias, da esquerda à direita.

Dilma já acusou a série de propagar “fake news”. Lula também a classificou de mentirosa. “Aviso que vamos denunciar [judicialmente] os responsáveis [da série] aqui ou em qualquer lugar” porque eles produziram uma peça que é mais uma mentira”, preveniu Lula.

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