Após oito anos sem lançar um disco e desde há algum tempo afastada dos palcos por motivos de saúde, Sara Tavares traz-nos Fitxadu, o seu novo álbum.
O álbum mais corajoso da sua carreira confessa a cantora, é um álbum que fica no ouvido, com uma panóplia de instrumentos. Estávamos acostumados a ouvir apenas a guitarra e a doce voz da Sara, agora é a sua voz dentro de uma sonoridade imensa.
Com os pés fincados no chão como diz a música “Txom Bom”, Sara procurou fazer músicas para toda a gente. Com uma ligação muito forte pela comunidade africana existente em Portugal, mais precisamente em Lisboa, com um olhar atento às restantes comunidades africanas espalhadas pelo mundo, a Sara criou uma linguagem diferente para este álbum, mais terra-a-terra, mais de igual para igual em relação à comunidade.
É um álbum que dá vontade de dançar, sorrir e de dizer “Coisas Bunitas”. É uma experiência de sons, onde Sara trabalhou com inúmeros artistas, produtores, escritores e beatmakers, como Kalaf e Conductor dos Buraka Som Sistema, Princezito e Kid Gomez. Podemos ainda encontrar no álbum a autoria da cabo-verdiana Nancy Vieira e do guineense Manecas Costa, amigos convidados onde cada um deu o seu contributo para o álbum, numa sala em Santos onde a viagem de Fitxadu começou.
Há uma conexão muito grande entre os PALOP e Portugal, além da língua, a partilha de culturas, e Fitxadu faz essa ligação. O título do álbum remete-nos ao encerramento de um ciclo de vida de Sara, mas com uma vontade de levar o disco além fronteiras e experimentar as inúmeras possibilidades que há-de encontrar em cada viagem.
É fácil admitir que depois de ouvir o álbum, que a coragem investida, foi compensatória. Ouve abaixo o álbum Fitxadu através do Spotify.