Uma equipa de raparigas estudantes da Nigéria conquistaram o primeiro lugar na categoria júnior da Technovation World Pitch Summit 2018, com uma aplicação que tem o objetivo de salvar milhares de vidas. O evento realizou-se em São José, na Califórnia, Estados Unidos da América.
A equipa é composta por cinco meninas da Regina Pacies Secondary School Onitsha, no Estado de Anambra: Promessa Nnalue, Jessica Osita, Nwabuka Ossai, Adaeze Onuigbo e Vivian Okoye.
We Join the rest of the World in celebrating this Nigerian Teenage Girls for winning the Global Tech Competition in Silicon valley with their FD Detector App FD means Fake drug. This #technovation will save millions of lives in Nigeria and the rest of the world from fake drugs pic.twitter.com/Uy8yqR7CqP
— Tech Boss Africa (@TechBossAfrica) 10 de agosto de 2018
O programa Technovation World Pitch Summit é dos maiores de empreendedorismo tecnológico do mundo para mulheres. O programa tem um cunho solidário e único, convida adolescentes entre os 10 e os 18 anos de todo o mundo para identificarem um problema dentro da sua comunidade para depois descobrirem uma solução.
O Team Save-a-Soul foi selecionado e destacou-se entre as duas mil aplicações movéis desenvolvidas para representar África no evento. A aplicação desenvolvida pela equipa é um Fake Drug Detector (Detector de drogas falsas), que aborda o problema de produtos farmacêuticos falsificados na Nigéria. Team Save-a-Soul ficou à frente dos rivais dos EUA, Espanha, Turquia, Uzbequistão e China.
These young ladies in Junior Secondary School, developed a mobile application called 'FD Detector' to tackle the problems of fake pharmaceutical products in Nigeria.
Yesterday, they won the 2018 Technovation World Pitch in California.
Congratulations! We are very proud of you. pic.twitter.com/SFFVvP88JB
— Prof. Yemi Osinbajo (@ProfOsinbajo) August 10, 2018
O prémio foi festejado no Twitter pelo vice-presidente da Nigéria, Yemi Osinbajo.
A aplicação das meninas estudantes trata de uma questão muito importante na sociedade nigeriana em particular, e africana no geral, onde em cada 10 medicamentos um é falso e acaba por provocar mais de 20 mil mortes por ano.
Esse fato tem sido alvo de uma luta constante das organizações responsáveis, tal como a Agência Nacional de Controlo e Administração de Alimentos e Medicamentos (NAFDAC), de forma a eliminar a circulação de drogas falsas no país. Muitas das mortes por malária na Nigéria estão ligadas ao uso de medicamentos falsos.
A venda de medicamentos falsos em África rende vários milhões, e pelo menos 40% dos medicamentos falsificados registrados no mundo circulam pelo continente. Outros abordaram também este problema com a tecnologia, incluindo a mPedigree, uma empresa ganesa fundada em 2015, pela Quartz Africa Innovator, Bright Simons.
As estudantes planeiam fazer uma parceria com o NAFDAC para criar um banco de dados de produtos farmacêuticos certificados. Uma vez autorizado pela agência, uma empresa farmacêutica pode carregar os seus medicamentos na plataforma e ser admitida no banco de dados.
Posteriormente, qualquer pessoa através da câmera do seu smartphone, quer profissionais de saúde quer consumidores, podem fazer o scanner do código de barras de um medicamento e a aplicação dará informações sobre se é verdadeiro ou falso, bem como a data de validade. A aplicação permite que os usuários denunciem casos de medicamentos falsos diretamente ao NAFDAC.
As meninas estudantes foram orientadas por Uchenna Onwuaegbu-Ugwudo, vencedor de uma bolsa pelo programa Mandela Washington Fellowship 2017, que fundou um centro STEM (Ciência, Tecnologia, Engenharia e Matemática) focado na implementação de educação STEM em escolas para crianças e jovens dos três aos dezoito anos, especialmente meninas das comunidades rurais no leste da Nigéria.
Vê abaixo o video que explica como funciona a aplicação: